Sempre gostei de quadrinhos. Acho uma linguagem tão legal quanto o cinema. Trabalha com texto e imagem ao mesmo tempo.
A linguagem
Normalmente se atribui o nascimento dessa liguagem ao ano de 1895, com o personagem “Yellow Kid", em um jornal norte-americano chamado “New York World”. Esse personagem tinha as falas escritas em sua roupa – uma camisolão amarelo e as suas aventuras eram narradas em quadros consecutivos.
The Yellow Kidd. |
Charge de Cruikshank de 1812 |
ambém temos uma narrativa em "The Comic Almanack For", de 1849, do mesmo chargista, com a cara do que conhecemos hoje por quadrinhos.
Por causa dos balões, os quadrinhos na Itália chamam-se “fumetti”, porque parecem nuvens de fumaça. As histórias em quadrinhos com três ou quatro quadrinhos em sequencia são chamadas de tiras ou de banda desenhada. No Brasil, os grandes responsáveis pela divulgação do gênero foram as tiras de jornal e o quadrinho infantil, que teve álbuns publicados a partir ds anos 30, como o almanaque do Tico-Tico.
Almanaque do Tico-Tico |
Um dos grandes responsáveis pela compra em massa de quadrinhos foi o criador Maurício de Souza, com a sua genial "Turma da Mônica", cujos personagens começaram em um estilo que mais se aproximava da charge e com o passar dos anos tornaram-sem mais tridimensionalizados, a partir de influências claras do mangá, o quadrinho feito no japão após a segunda guerra mundial.
Desenhos clássicos do Cascão e Cebolinha, do Maurício de Souza. |
Mangá é a vertente japonesa da arte, que adicionou um estilo próprio, iconográfico, com riqueza de movimentos.
Astro Boy, um dos mais importantes personagens de Osamu Tezuka |
FAZENDO QUADRINHOS
Apinateia, o Guarani.
Uma releitura tupiniquim do "Asterix, o Galês", de Uderzo. Para quem não conhece, Asterix faz uma sátira da conquista romana sobre a região que hoje faz parte da França.Tirinha desenhada a lápis e entintada com caneta técnica com tinta nanquim. As letras desenhadas a mão. |
Os personagens fazem uma releitura de Asterix. Mas o cenário é a colonização portuguesa no Brasil ao invés da romana na Gália. |
Underground e Noir
"Underground": o gênero acompanhou a contracultura hippie e até hoje é um estilo bastante utilizado para representar rebeldia e crítica social. Criação de personagem no estilo "Underground". Tenho apenas três tirinhas. |
Ping-Pong
Em 1985 desenhei duas a três dezenas de tirinhas deste personagem. Cheguei a produzir algumas com acabamento caprichado, como o do sapo acima, e enviei para um concurso da folha de São Paulo. Quem ganhou o concurso foi Fernando Gonsales, com o Níquel Náusea, que era um ilustre desconhecido na época, mas com quem já não dava para competir no humor ácido e non sense. Em 1998 fiz uma releitura do bonequinho.
Tirinhas desenhadas em 1985. |
Releitura de 1998. |
Estilo Comics.
O estilo das historinhas de super-heróis norte-americanas. Preocupa-se com anatomia e perspectiva, embora os personagem não tenham exatamente um aspecto 100% realista.
Tentativa de história de ficção científica no estilo Comics. Apenas traço a nanquim e lápis de cor. |
Sertanejo.
Tentativa de fazer um contra ponta aos quadrinhos de bang-bang em um cenário nacional.
Heavy Metal
Nanquim, guache e aquarela. |
Heavy Metal
A heavy metal foi uma revista que publicou o que mais havia de revolucionário nos quadrinhos nos anos 80 e 90. Artistas que se tornaram mundialmente consagrados como Horacio Altuna, Serpiere, Manara, Serpiere, Stefano Tamburini and Tanino Liberatore , Giger entre muito outros. A revista chegou a ser publicada no Brasil, em português e ainda é vendida no EUA (http://www.heavymetal.com/).
A diferença é que além de historias "undergroud", "noir" e em outros estilos, os novos autores misturavam os estilos criando novas linguagens. Temas noir com desenho supercoloridos, técnicas inovadoras de pintura para gêneros que normalmente eram apresentados a traço e roteiros que beiravam a genialidade. A revista brasileira Animal seguia o mesmo estilo.
Hidrográficas coloridas e nanquim. Brilhos com pastel seco. Tentativa de incorporar os novos gêneros introduzidos pela revista Heavy Metal. |
Quadrinho comercial
O gênero é bastante utilizado pela propaganda. Quem quiser dedicar-se a ele pode seguir este caminho dentro de agências. Pelo menos enquanto aquele seu personagem genial não encontra o espaço no mercado.
Por enquanto é só, pessoal!
Quadrinho para um material de escola particular que não foi contratado |
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